O Canal Brasil relembra a trajetória política de Tancredo Neves no dia em que o mineiro completaria um século de vida, com a exibição deTancredo Neves – Mensageiro da Liberdade, nesta quinta, dia 04/03, às 20h30.
Tancredo Neves – Mensageiro da Liberdade (2005) (56') – Depoimentos de familiares e parceiros de trabalho remontam a trajetória política de Tancredo Neves, primeiro civil a assumir a Presidência da República após o golpe militar de 1964. Dirigido pelo cineasta Bruno Vianna, o documentário tem o roteiro assinado por José Augusto Ribeiro, assessor de comunicação do político durante a campanha presidencial de 1984.
A produção investiga o papel de Tancredo na defesa da democracia durante os 21 anos em que o Brasil esteve nas mãos da ditadura militar. Conhecido pela personalidade conciliatória, ele lutava pela manutenção da legalidade desde o suicídio de Getúlio Vargas, de quem foi ministro da Justiça e Negócios Interiores. À época, o iminente golpe de Estado articulado pela UDN (União Democrática Nacional) foi desmantelado com a eleição de Juscelino Kubitschek para a Presidência. Seis anos depois, a instabilidade política volta à cena com a renúncia de Jânio Quadros. Tancredo Neves tenta, então, garantir o governo do vice-presidente, João Goulart, mas, em vista da crescente ameaça de golpe, dá início a uma estratégia de mediação no Congresso Nacional para que seja instituído o regime parlamentarista.
Em 1964, os militares tomam o poder, e o político passa a fazer ferrenha oposição à ditadura. O então deputado federal se nega a votar no general Castello Branco para a Presidência, ao contrário da maioria dos correligionários. Aos "anos de chumbo", seguem-se a campanha pelas eleições diretas e o histórico comício da Praça da Sé, em São Paulo. A emenda Dante de Oliveira, que garantiria o pleito, não é aprovada pelo Congresso, mas a pressão pela liberdade política toma conta do país. O próximo presidente seria escolhido pelo Colégio Eleitoral, e Tancredo Neves encabeça a chapa de oposição a Paulo Maluf, candidato apoiado pelos militares.
A eleição do mineiro é recebida com entusiasmo, mas, dias antes da posse, ele sente fortes dores no estômago. Mesmo ciente de que sofria graves problemas de saúde, reluta em se submeter ao tratamento antes de assumir o governo. Temia que a ausência abrisse caminho para que as tão esperadas mudanças políticas não se concretizassem.
O ex-presidente José Sarney, então vice de Tancredo Neves, revela que, já empossado, esteve com o amigo na UTI do Incor, em São Paulo, para garantir que a transição democrática se completara. Dias depois, a síndrome venceria a resistência do político e poria fim a uma vida dedicada à democracia.
Os netos Aécio Neves e Andrea Neves da Cunha, que seguiram a tradição política do avô, falam da importância de Tancredo para a vida nacional. Depoimentos de José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Antônio Carlos Magalhães, José Sarney e Francisco Dornelles, dentre outros