domingo, 5 de abril de 2015

O Terminal

The Terminal  é um filme americano de 2004, dirigido por Steven Spielberg. Tom Hanks interpreta o papel principal. O roteiro foi escrito por Sacha Gervasi e Jeff Nathanson, baseado numa história de Andrew Niccol e Gervasi. Conta a história de um homem preso num terminal de aeroporto, por ter sua entrada nos Estados Unidos negada e, também, não poder retornar ao seu país de origem, a fictícia Krakozhia, devido a uma revolução.


Enquanto Viktor Navorski viajava de avião para a cidade de Nova Iorque, o governo de seu país sofre um golpe e seu passaporte perde a validade, deixando-o preso no Aeroporto Internacional John F. Kennedy. 

Nos nove meses seguintes, Viktor é obrigado a viver num terminal em construção. 

Ele acaba fazendo amizade com os funcionários do terminal e tem um caso amoroso com a comissária de bordo Amelia Warren, ao mesmo tempo que é vigiado pelo chefe de segurança Frank Dixon, o qual deseja que o "problema Navorski" seja removido do aeroporto.



O filme 'O Terminal' conta a história de um cidadão vindo de um país chamado Krakozhia. Após desembarcar no Aeroporto JFK, nos Estados Unidos, Viktor Navorski (Tom Hanks) fica sabendo que houve um golpe militar em sua terra natal, e a situação é caótica. Para a administração do Aeroporto, enquanto esse país estiver em guerra, não será reconhecido como nação pelo governo norte-americano. Navorski então, com seu passaporte e visto inválidos, passa a ser classificado como um ‘inaceitável’ para o sistema, um sem-pátria, um cidadão de lugar nenhum, tendo seu visto de entrada anulado pelo Departamento de Estado.

Navorski passa a ‘morar’ no Aeroporto, fazendo desse ‘não lugar’ sua nova casa. Antes um local de passagem, de eterno trânsito para milhões de pessoas, passa a ser para ele um lugar de permanência. Em um aeroporto, não existe tempo para socialização. Entre idas e vindas, as pessoas não sabem mais se estão indo ou chegando.

Não existe mais a rotina da vida, dos turnos. Existe a vida cronometrada pelo relógio dos painéis de voos e decolagens, onde sempre algo está atrasado ou cancelado. A ‘flânerie’, ou seja, o ato de observar atentamente o cotidiano da cidade aparece diversas vezes durante o filme. Em sua situação singular, o personagem passa a ver o cotidiano de outras formas. Entre formulários de imigração, declarações da Alfândega e o trafego incessante de pessoas, ele parece alheio e ao mesmo tempo atento ao passar da multidão. O seu ‘flanar’ consiste em perceber o novo mundo através, por exemplo, das pessoas na praça de alimentação, e também tentar decifrar o máximo de imagens sobre o conflito na Krakozhia através dos telejornais. Até mesmo se comunicar tornou-se difícil, devido à barreira linguística imposta a ele. Por um momento ele se encontra sozinho na multidão, nesse novo mundo mediado pelas placas informativas, painéis eletrônicos e sinais luminosos.

Sempre paciente e de certa forma inocente perante o mundo agitado, Viktor Navorski acaba se tornando o Herói observador, pois ao mesmo tempo em que possui olhos para analisar as pessoas, os tem também para interferir no cotidiano. O Aeroporto virou seu Templo da observação, tanto por ele visto como também sendo alvo dos olhares dos policiais e das inúmeras câmeras de segurança, nesse ambiente de total vigilância. O personagem mostra certo estranhamento inicial em saber que está sendo filmado, mas depois parece sentir que isso é ‘normal’, dentro dessa sociedade.

Outros personagens da trama também exercem formas de observar. Vemos o zelador indiano Gupta, que se diverte vendo os passantes escorregarem no chão molhado que ele limpou, e ainda, que observa Navorski porque pensa se tratar de um espião a serviço do Governo. Vemos ainda o comissário geral Dixon, que ocupa o mais alto posto dentro do Aeroporto JFK, com os olhos eletrônicos das câmeras de vigilância. Ainda o encarregado da comida, Enrique Cruz, admirador secreto da oficial de policia Torres, que pede a Navorski que consiga informações sobre ela em troca de comida.

Observar. É essa a grande questão do filme. O protagonista, ao flanar pelo Aeroporto, aprendeu a viver durante nove meses de sua vida, enquanto esperava por uma resolução do conflito em seu país para que pudesse realizar o sonho de seu pai. Foi flanando também que encontrou uma forma de conseguir dinheiro para comprar comida. Foi flanando pelas lojas que ele aprendeu a ler, comparando guia turísticos em inglês com os guias de sua língua pátria. Percebe-se na construção das personagens essa ‘desterritorialização’, como no diálogo de Navorski com um passante, no banheiro do terminal:

“– Já se sentiu como se morasse num aeroporto?”

Também aparece no diálogo com Amelia Warren (Catherine Zeta Jones), a paixão de Navorski:

“- Eu moro aqui, assim como você.”

Todos têm essa sensação, a de não saber se estão indo ou estão voltando. De nenhum lugar para lugar nenhum, como Navorski, o Herói observador.







O filme "O Terminal" mostra a história, baseada fatos reais, de um homem que tenta visitar os E.U.A., mais especificamente Nova York, e realizar um sonho.

Mas durante o vôo de ida do sua cidade natal, ocorre um golpe de estado, e ao chegar no aeroporto em NY, ele tem sua entrada negada e ao mesmo tempo não pode retornar ao seu pais, pois ele "não existe mais".

Obrigado a permanecer no aeroporto ate que a crise em seu pais acabe, ele faz do aeroporto a sua casa, sua cidade.

Tendo a teoria flâneur como base para comparar. Ele é obrigado a observar, experimentar, o que seria somente um lugar de passagem rápida, que normalmente as outras pessoas não reparam por ser da rotina. O que o leva a conhecer o aeroporto como poucos, sendo mais que um simples passageiro, ele passa a morar, comer, fazer as coisas do dia a dia. Valoriza as coisas mais simples que estão ao seu redor.



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