Título original: The Pianist [2002]
A história do filme
As memórias do pianista polonês Szpilman são retratadas nesse emocionante filme, contando como começaram as restrições aos judeus em Varsórvia e como conseguiu sobreviver ao Holocausto. Incrementado com cenas chocantes e belas músicas, o filme venceu 3 Oscars e a Palma de Ouro em Cannes.
A história real
Abaixo segue um trecho do livro de Szpilman:
Além do fiacre, a rua estava deserta. Apenas um homem e uma mulher na calçada, com as mãos levantadas sobre as cabeças. Da janela, não dava para ver os alemães que os escoltavam. De repente, ambos começaram a correr. (…) No mesmo instante, ouvi disparos; a mulher parou, agarrou o ventre e, num movimento suave, caiu de joelhos na calçada. Na verdade não caiu, mas se agachou, apoiando o lado direito da face no asfalto e então ficou petrificada, nessa posição estranha.
Tamanha semelhança e realismo estão presentes em todo o filme, inclusive nos diálogos e expressão coorporal dos atores. Roman Polanski manteve sua obra o mais fiel possível ao livro de Szpilman, sendo que o diretor e o autor se encontraram apenas três vezes e Szpilman morreu de causas naturais em 2000, um ano antes de começarem as filmagens.
Polanski também é um judeu sobrevivente, que escapou do Gueto de Cracóvia por um buraco no arame, aos sete anos. Sua mãe morreu em Auszhwitz, porém o pai sobreviveu ao campo de concentraçao Mauthasen-Gusen e reecontrou o filho ao término da guerra. Talvez por essa ligação pessoal, ele afirma que a história do pianista é exatamente o que ele procurava para um filme sobre o holocausto.
A família de Szpilman foi morta no campo de extermínio de Treblinka em 1942. A última refeição que tiveram juntos foi um caramelo caríssimo comprado de um menino na fila para o trem, que o pai de Szpilman dividiu entre o casal, os dois filhos e as duas filhas.
A música que Szpilman tocava quando o bombardeio alemão destruiu a Rádio Polonesa, em 1939, era Noturno em C Menor (Chopin). Ao fim da guerra ele retomou a transmissão de onde havia parado seis anos antes. Foi o mesmo noturno de Chopin que salvou sua vida quando o soldado alemão encontrou seu esconderijo e pediu para que tocasse o piano.
Ao encontrar os soldados que libertaram Varsóvia, e entender que poderia finalmente sair às ruas sem medo dos alemães, Szpilman abraçou e beijou-lhes o rosto. Então, ao término de três semanas de recuperação no exército, ele escreveu: “A partir de amanhã terei que começar uma vida nova. Como recomeçar a viver tendo apenas a morte atrás de mim? Que energia vital poderia tirar da morte? Fui em frente. O vento uivava por entre as ruínas e os vãos das janelas sem vidraças. Escurecia. Uma neve fina começou a cair do céu cada vez mais sombrio. ”
Władysław Szpilman, um famoso pianista judeu-polonês que trabalha na rádio de Varsóvia, vê seu mundo ruir com o começo da Segunda Guerra Mundial e a Invasão da Polônia em 1 de setembro de 1939. Após a estação de rádio ser bombardeada pelos alemães, Szpilman vai para casa e descobre que o Reino Unido e a França declararam guerra contra a Alemanha Nazista. Ele e sua família se alegram achando que a guerra vai acabar logo.
Quando a SS assume o controle de Varsóvia após a saída da Wehrmacht, as condições de vida da população judia rapidamente se deterioram e seus direitos são gradualmente retirados: primeiro eles limitam a quantidade de dinheiro para cada família, depois eles devem usar faixas nos braços com a Estrela de Davi para serem identificados e, eventualmente, no Dia das Bruxas de 1940, eles são forçados a ir para o Gueto de Varsóvia. Lá eles enfrentam a fome, perseguição, humilhação e o medo sempre presente de morte e tortura. Os nazistas ficam cada vez mais sadistas e as famílias presenciam muitos horrores infligidos a outros judeus.
A família de Szpilman, junto com outras centenas, são colocadas como parte da Operação Reinhard para deportação até um campo de extermínio em Treblinka. Enquanto os judeus são forçados a entrar em vagões de trem, Szpilman é salvo no último segundo por um policial do gueto, que era seu amigo. Separado de sua família e entes queridos, ele consegue sobreviver. Primeiro ele é colocado em uma unidade de reconstrução alemã como um trabalhador escravo. Durante esse tempo, um outro trabalhador judeu confidencia a Szpilman duas informações críticas. Primeira: muitos judeus que estão vivos sabem que os alemães planejam matá-los. Segunda: que um levante contra os alemães está sendo preparado. Szpilman se oferece para ajudar. Ele é colocado para contrabandear armas para dentro do gueto, quase sendo pego em um momento.
Mais tarde, antes do levante começar, Szpilman decide se esconder fora do gueto, contando com a ajuda de não-judeus que ainda se lembram dele, como um antigo trabalhador da rádio. Enquanto se escondia, ele testemunha vários horrores cometidos pela SS. Em 1943, ele finalmente testemunha o Levante do Gueto de Varsóvia que ele ajudou a formar e o que aconteceu a seguir, com a SS entrando no gueto e matando quase todos os judeus. Um ano se passa e a vida em Varsóvia se deteriora. Szpilman é forçado a fugir de seu esconderijo quando o vizinho de seu apartamento descobre sua presença e ameaça delatá-lo. Em seu segundo esconderijo, perto de um hospital militar alemão, ele quase morre de icterícia e desnutrição.
Em agosto de 1944, a resistência polaca monta a Revolta de Varsóvia contra a ocupação alemã. Szpilman testemunha insurgentes poloneses lutarem contra os alemães pela sua janela. Novamente, ele quase morre quando um tanque alemão atira no apartamento em que ele estava se escondendo. Varsóvia é virtualmente arrasada como resultado do conflito. Após a população sobrevivente ser deportada para fora das ruínas da cidade e da SS fugir do avanço do Exército Vermelho, Szpilmam é deixado sozinho. Em prédios ainda em pé, ele procura desesperadamente por comida. Enquanto ele tenta abrir uma lata de picles, Szpilman é descoberto pelo capitão de Wehrmarcht Wilm Hosenfeld. Interrogando Szpilmam, e descobrindo que ele é um pianista, Hosenfeld pede que ele toque algo no piano que ainda sobrevive no prédio. O decrépito Szpilman, apenas uma sobra do grande pianista que ele fora, toca uma versão abreviada da Balada em Sol menor, de Frédéric Chopin.
Hosenfeld deixa Szpilman continuar se escondendo no prédio, dando a ele comida regularmente, salvando sua vida. Algumas semanas se passam e as forças alemães devem evacuar de Varsóvia devido ao avanço do Exército Vermelho. Antes de ir embora, Hosenfeld pergunta a Szpilman seu nome e, ao ouvi-lo, diz que ele está apto para ser pianista (Szpilman sendo a versão polonesa do alemão Spielmann, que significa "homem que toca"). Ele promete ouvi-lo na rádio de Varsóvia. Ele dá a Szpilman seu casaco da Wehrmacht e vai embora. Mais tarde, esse casaco quase mata Szpilman quando tropas polonesas, libertando as ruínas de Varsóvia, o confundem com um oficial alemão. Ele consegue convencê-los que ele era polonês.
Um grupo de recém libertados prisioneiros de um campo de concentração passam por um grupo de prisioneiros alemães. Um machucado prisioneiro alemão, que era na verdade Hosenfeld, chama os ex-prisoneiros. Ele implora para um deles, um violinista conhecido de Szpilman, para contactá-lo para que possam libertá-lo. Szpilman, que voltou a tocar na Rádio de Varsóvia, vai ao local tarde demais, todos os prisioneiros haviam sido removidos sem deixar rastros. Na última cena, ele toca Grand Polonaise brillante para uma grande plateia em Varsóvia. Antes dos créditos é mostrado que Szpilman continuou a viver em Varsóvia até sua morte em 2000 e que Hosenfeld morreu em 1952 em um campo de prisioneiros da KGB, porém foi postumamente honrado por salvar a vida de Szpilman
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