quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Tim Maia - não há nada igual

O filme foi baseado em Vale Tudo, biografia de Nelson Motta (que eu queria ler há anos e fiquei super feliz em ganhar na coletiva!). Sobre o Tim, apesar de ter um CD com os grandes sucessos e gostar muito, como a maioria dos brasileiros, e dele ter escrito Sossego, trilha sonora da minha vida, sabia pouco sobre sua história.

Uma vez vi uma entrevista do Erasmo Carlos dizendo que se conheceram jovens, e que o amigo entregava marmitas que sua mãe fazia - era o Tião Marmita, apelido que odiava.


Mas o filme mostra um pouco mais de sua relação com Roberto Carlos, que também era seu amigo no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro.

 É sensacional para nós, que não vivemos naqueles anos 60 e 70, ver como foi o início da carreira dos dois, uma versão jovem e "rock 'n roll" daquele Roberto que todos conhecemos dos programas de fim de ano, dos pais, tios e tias que amam e têm todos os CDs, que tem lugar de destaque em todas as festas da família (pelo menos na minha, Robertão é rei pra caramba). 



Robson Nunes está ótimo no papel do Tim jovem, já deixando clara a personalidade fortíssima que o cantor sempre teve. Embora sua família fosse pobre, ele sempre teve em mente que a vida não poderia ser só aquilo.

 Estava sempre inventando alguma coisa, e literalmente brigava por elas. O sucesso dos artistas negros americanos dos anos 60 deu a ele o impulso para que aquele mulato entregador de marmitas também pudesse sonhar com a fama. A foto abaixo é da cena de Tim cantando no programa de Carlos Imperial, interpretado por Luis Lubianco (à direita).


Tião se mete em todo tipo de confusão, e até passou uma temporada nos Estados Unidos. Roberto, que tinha se separado do grupo da Tijuca, faz sucesso primeiro, e quando Tião retorna, ele já é o rei da Jovem Guarda. 

George Sauma também está ótimo no papel de Roberto. Embora seja difícil se aproximar do antigo amigo, cercado de seguranças e fãs, a grande virada na vida de Tião se dá quando o amigo grava uma música sua e, como tudo o que ele cantava, vira sucesso imediato. 



Entra em cena então Babu Santana, que como o Tim Maia provavelmente diria, "está bem pra caralho no filme, esse filho da puta". Formado no grupo de teatro carioca Nós do Morro o ator arrasa, e muito. 

O trabalho que a preparadora de elenco Maria Sílvia fez com ele e Robson foi ótimo, porque os dois conseguiram trazer uma excelente unidade para a interpretação de Tim. Fora a semelhança física de Babu em todos os momentos, desde suas primeiras cenas até o Tim ainda mais gordão, do final da vida, com camisa de lamê. Um arraso. (Curiosidade: o ator que interpreta Tião garotinho nas primeiras cenas do filme é filho de Babu!).



Com a chegada da fama, vem também o dinheiro, e é aí que os personagens de Cauã Reymond e Alinne Moraes aparecem mais na trama. Cauã é Fábio, que também era cantor nos anos 1970 e foi amigão de Tim. 

No filme, aparece como uma síntese dos muitos amigos que cercavam o cantor, e também como a excelente opção adotada pelo diretor de fazê-lo como narrador da história, desde o nascimento de Tim.


Nando Cunha faz o líder de uma "seita" com a qual Tim se envolveu durante um tempo, um lance esquisitíssimo,
Parou de fumar, de beber... mas queria obrigar todos os amigos a fazer o mesmo.








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