Cinebiografia do carnavalesco Joãosinho Trinta (Matheus Nachtergaele), o filme traça o retrato do artista a partir de um recorte no tempo.
Dos anos 1960, quando se mudou do Maranhão para o Rio de Janeiro a fim de se tornar bailarino do Theatro Municipal; até 1974, ano em que assume o posto de carnavalesco da Acadêmicos do Salgueiro, tradicional escola de samba do carnaval carioca.
Do anonimato à consagração, Trinta aborda a amizade e o rompimento de Joãosinho Trinta com o cenógrafo e carnavalesco Fernando Pamplona (Paulo Tiefenthaler), o preconceito sofrido dentro da própria família e a inveja despertada no barracão.
Matheus Nachtergaele é ótimo, disso não temos dúvidas, e o papel só vem para que tenhamos mais certeza disso. E a relação do ator com o Joãosinho trinta da vida real durou uma conversa de três horas, em que Matheus jura que ficaram amigos, pouco tempo antes do carnavalesco morrer. Matheus acredita que essa conversa foi essencial para que Joãosinho lhe passasse todos os detalhes do personagem, e gosta de ter dado sua própria cara ao papel.
“Nunca imaginei fazer uma cópia do João, se fosse isso, outros atores poderiam ter feito muito melhor que eu”, afirma o ator. O resto do elenco também está ótimo, apesar de Milhem Cortez ter virado oficialmente o porta-voz das frases de efeitos e engraçadas de filmes nacionais. Paolla Oliveira me irrita profundamente e é claramente inferior aos outros membros do elenco, não consigo ver muita simpatia da parte dela em momento algum. E reparem que um dos figurantes aparecem demais.
Outro tópico que definitivamente merece ser destacado é a trilha sonora, misturando o samba da escola com música instrumental clássica da ópera que tanto despertou a paixão de Joãosinho. Tecnicamente de forma geral, na verdade, o filme merece destaque. Tudo muito bem feito, com detalhes e pontos positivos, novamente, para a direção de arte.
Tem tudo para dar certo, mas não chega a ser o grande filme que poderia ser. Ganha mais força no final, quando realmente emociona e vemos a produção de arte do filme misturada com imagens reais do desfile, nos dando noção de como é grandioso o trabalho dentro da escola de samba. E o amor pelo samba como arte é o que se destaca, apesar de todas as histórias que ouvimos em relação ao que acontece nos “bastidores” de grandes desfiles. Pelo menos na época de Joãosinho Trinta, tudo era feito por puro amor à escola e ao samba.
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