Logo de início, o preto e branco salta aos olhos. Não apenas pelo inusitado que é ver a floresta amazônica completamente sem cores, mas também pela beleza trazida pela proposta estética implementada pelo diretor Ciro Guerra e o diretor de fotografia David Gallegos. Este, no fim das contas, é um dos grandes trunfos entregues por esta produção colombiana, a primeira do país a conseguir uma vaga entre os indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Uma viagem antropológica, etnográfica, histórica através de um relato dinamizado. Se for pra resumir o filme O Abraço da Serpente, seria basicamente desta forma. O filme foi inspirado nos diários deixados pelo etnologista Theodor Koch-Grunberg e pelo biólogo Richard Evans Schultes, que dedicaram muitos anos de suas vidas ao estudo da região amazônica.
O filme acompanha a história da dominação e dizimação dos povos indígenas, e foi dirigido pelo colombiano Ciro Guerra. Focando no que foi deixado pelos dois cientistas, Ciro ficcionalizou uma história de uma comunidade indígena.
“O Abraço da Serpente”: psicodélico, violento, real
Theodor Koch-Grunberg chegou a Amazônia no começo do século 20 e ele veio com a intenção de realizar diversos estudos envolvendo os povos indígenas. Dezenas de anos depois, Richard Evan Schultes, um biólogo norte-americano, adentrou a selva para estudar plantas usadas pelos mesmos povos.
O cineasta consegue transpor para as telas a eterna briga causada por uma suposta etnia superior e pela falta de um fator simples: respeito. Ele mostra como o choque entre culturas foi suficiente para deturpar costumes.
O filme está em constante movimento por conta do local em que ele acontece e lida com questões muito atuais que aconteciam em um ambiente relativamente diferente do nosso, como opressão colonial, religião e a loucura. O Abraço da Serpente ganhou o grande prêmio da Quinzena dos Diretores de Cannes e deixou os críticos norte-americanos impressionados.
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